O ano de
1967 representou uma reviravolta na carreira e na vida de Françoise Hardy.
Depois de cinco anos de parceria com a Vogue e com a empresa Alpha, responsável
pela prensa e edição dos discos, o contrato assinado entre as partes, que tinha
duração de 5 anos, chegava ao fim. E aí, diante da nova onde de emancipação
entre os cantores de suas gravadores, sob conselhos de seu diretor artístico,
Jacques Wolfson, Françoise decide criar sua própria casa de discos. Batizada de
Aspargus, a produtora contava com dois associados: o próprio Wolfson e Léon
Cabat, que trabalhava na Vogue.
A Aspargus,
então, ficaria responsável de assegurar a fabricação e distribuição dos discos
de Françoise por tempo indeterminado. Contudo, de certa formas – principalmente
por parte de seu agente, Lionel Roc - a cantora segue ainda presa à Vogue
através de seus associados. Mais tarde, essa situação geraria conflitos entre
artista e gravadora.
Ao longo do
ano, Françoise preparou novas músicas que foram registradas em três compactos
e, como de costume, resultou em um LP no mês de novembro. Ma jeunesse fout le
camp foi o primeiro álbum dela a realmente possuir um título, em referência à
composição de Guy Bontempelli, que se tornou o grande êxito daquele LP. Ainda
estão presentes no disco sete composições de Françoise – com destaque para
Voilà -, e La fin de l’été, mais uma produção certeira da dupla Jean-Max
Rivière e Gérard Bourgeois. Também consta no disco a tradicional canção
francesa Il n’y a pas d’amour heureux, que é um poema de Louis Aragon musicado
por Georges Brassens. No entanto, Françoise regravaria a faixa no ano seguinte
diante de sua insatisfação em relação ao arranjo elaborado Charles Blackwell. Também se destacou no disco a música Des ronds dans l'eau, que integrou a trilha sonora do filme Vivre pour Vivre (Viver por viver), de Claude Lelouch, naquele mesmo ano.
Françoise interpreta Ma jeunesse fout le camp na emissão de TV Dim Dam Dom
Outra
novidade do ano foi que Françoise terminou o relacionamento com o fotógrafo
Jean-Marie Périer. O dois, por fim, ficaram como amigos e se relacionam muito
bem até hoje. Na verdade, Hardy estava apaixonada por outra pessoa. O cantor
Jacques Dutronc, que despontou como intérprete em 1966, mas já compunha algumas
canções – inclusive para Françoise – começou a se aproximar mais da cantora,
até que ambos se apaixonaram e iniciam um relacionamento amoroso. Contudo, a
união é marcada por muitos hiatos devidos ao grande número de compromissos que
os dois artistas tinham a cumprir. Naquele ano, Françoise realizou 73 recitais
e 15 noites de gala no Canadá, em companhia do cantor Udo Jurgens, e participou
de uma turnê pela África, na República do Guiné, no Gabão e na Costa do Marfim,
juntamente com Jean-Jacques Debout.
Françoise Hardy e Jacques Dutronc, em 1967
1. Ma jeunesse fout le camp (Guy Bontempelli)
2. Viens-là (Françoise Hardy)
3. Mon amour, adieu (Françoise Hardy – Hasell)
4. La fin de l’été (Jean-Max Rivière – Gérard Bourgeois)
5. En vous aimant bien (Françoise Hardy)
6. Qui peut dire? (Françoise Hardy)
7. Des ronds dans l’eau (Pièrre Barouh – Raymond Le Sénéchal)
8. Il n’y a pas d’amour heureux (Louis Aragon – Georges Brassens)
9. Il est trop loin (Sorrow) (Peter Yarrow, Noel Stookey)
10. Mais il y a des soirs (Françoise Hardy)
11. Voilà (Françoise Hardy)
12. C’était charmant (Françoise Hardy)
BONUS:
• Au fond du rêve doré (Françoise Hardy)
• Les petits garçons (Françoise Hardy)
(Músicas de compactos que não foram incluídas em LP)
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